quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Escola de Ensino Fundamental Nakayama da Cidade de Ichikawa ensina aquarismo com Kinguios




UM AQUÁRIO DENTRO DA ESCOLA!

Kinguios espetaculares nadam no aquário da escola
Muitas pessoas devem se lembrar de ter cuidado de kinguios no aquário da escola[1].Foram eles que nos ensinaram a felicidade que é ter um animal de estimação e a valorizarmos a vida, mesmo que pequenas. Foi a partir de lembranças como essas que fomos conhecer uma escola que tem seu próprio aquário público.


Esta é realmente uma sala de aula?

Na Escola Particular de Ensino Fundamental Nakayama, localizada na cidade de Ichikawa, na província de Chiba, uma sala vazia foi reaproveitada como aquário publico. Ao colocar os pés na sala, por alguns momentos esquecemos que estamos em uma escola, tamanha surpresa dos mais de 50 aquários colocados lado a lado no local. A maioria são kinguios de diversas variedades: ranchuhamanishiki,orandashishigashiraping-pong pearl, entre outras espécies ficam expostas nos aquários da sala.

Quem cuida de todos eles são o responsável geral do aquário, professor Kokubo juntamente com os alunos do grupo de encarregados do aquário. São aproximadamente 20 alunos do 6o ano que são responsáveis cada um por determinados aquários. Esses aquários recebem etiquetas com o nome do aluno responsável. Como cada um tem a tarefa de observar e cuidar dos aquários sob sua responsabilidade, as crianças adquirem noções de responsabilidade no cuidado de animais e aprendem a apreciar seu desenvolvimento.

O aquário funciona no horário normal das aulas e qualquer aluno, mesmo que não faça parte do grupo de encarregados, pode visitar os peixes quando quiser. Por se localizar no caminho para a quadra de esportes, muitas crianças param e dão uma espiada nos intervalos e nas trocas de salas. Um dos espécimes mais queridos pelas crianças e o gracioso ping-pong pearl. Professor Kokubo diz que “muitas crianças gostam dos kinguios, tanto pelas cores vibrantes como pelo fato de serem bonitinhos”.

Atualmente o aquário é composto por kinguios em sua maioria, mas, no inicio do projeto, a sala era chamada de Sala de observação de animais. Nela ficavam principalmente peixes de água doce e alguns tipos de besouros, mas as crianças não demonstravam muito interesse em visitá-la. Foi então que surgiu a idéia de colocar os kinguios, alguns com fisionomia bonitinha, outros com formatos inusitados e muitos bem coloridos. Aos poucos os alunos foram se interessando pelo aquário e, conseqüentemente, pela criação de animais.

Da criação à reprodução

A maioria das crianças que se voluntariam para fazer parte do grupo de encarregados nunca cuidou de um kinguio. Logo, sempre no mês de abril[2], o professor Kokubo ensina todos os passos da criação de kinguios para os alunos. Ele explica detalhadamente as tarefas de rotina como limpeza da água e manutenção dos filtros e, em pouco mais de um semestre, os alunos conseguem cuidar dos aquários tranquilamente. Como o professor Kokubo sempre faz uma vistoria geral no final de cada atividade, as crianças se sentem mais confiantes e podem aproveitar melhor processo de criação dos peixes.
Existem muitos pontos que devem ser considerados quando se trata de criação de peixes ornamentais e, com certeza, o cuidado com as doenças pode ser destacado como um dos mais importantes. Quando perguntamos sobre como o assunto é tratado neste aquário, professor Kokubo diz que “realmente, o problema das doenças existe e nos atormenta bastante. Já houve casos que, quando percebemos era tarde demais e perdemos muitos peixes de uma só vez. Mas tentamos usar essas experiências como aprendizado para evitar futuros problemas e sempre pensamos em formas criativas para aprimorar os cuidados.

Colocar elementos purificantes como turmalina, bakuhanseki[3] e carvão na água e filtrá-la com a ajuda de uma bomba de ar é um dos cuidados que temos com a qualidade da água antes de utilizá-la nos aquários. Alem disso, sempre ficam estocados dois tipos de águas: uma aquecida e outra em temperatura ambiente. Assim, os alunos podem vir nos seus melhores horários para a manutenção dos aquários e controlar a temperatura da água para evitar o desconforto e outras conseqüências do choque térmico gerado no momento da troca de água”.

Neste aquário é feita além da criação de ranchu, a reprodução da espécie. Os alevinos gerados são distribuídos gratuitamente aos interessados. Os ranchu, por serem mais frágeis e terem desenvolvimento mais lento quando comparado com os wakin, possuem alevinos igualmente frágeis e suscetíveis a doenças, o que dificulta a sua manutenção. Por isso, os alevinos são entregues aos cuidados dos alunos só depois que atingem um bom tamanho. O mesmo acontece com a maioria dos outros peixes que são entregues aos alunos somente quando atingirem certo tamanho.

Ajudar na criação e desenvolvimento dos peixes que nasceram na própria escola desperta o sentimento de carinho nos alunos e muitos deles parecem estar se interessando pela ciência aquática.

Para mais e mais crianças

Neste aquário que fica dentro de uma escola existem desde aquários pequenos até alguns bem grandes, de quase 90 cm, além de aproximadamente 10 bandejas para os ranchu. Conseguir montar um aquário com estrutura de tamanha qualidade não é fácil.
Os aquários maiores e as bandejas dos ranchu foram doados pelo próprio professor Kokubo. Quanto maior o recipiente, mais peixes pode-se colocar nele. E esses aquários enormes, de formatos inusitados atraíram o interesse das crianças. As bandejas são interessantes, pois é possível ter a visão de cima dos peixes, facilitando a observação do tamanho e comprimento deles.
“Eu trouxe alguns aquários e recipientes, mas muitos foram doados por aquaristas de todo o país que, ao saberem da existência desse aquário diferente, quiseram contribuir de alguma forma”, diz o professor. Além de aquários, donos de lojas de animais e clubes de criadores colaboram doando espécies diferentes para o aquário. O que se pode ver hoje é fruto da colaboração de muitas pessoas.

Em breve o professor Kokubo completará seis anos desde que começou a trabalhar na escola Nakayama. “Mesmo que eu me mude daqui, no futuro, gostaria de continuar passando para as crianças a mensagem de que criar um animalzinho pode ser uma experiência fantástica”, comenta. Com certeza, muitas crianças terão o a chance de entrar em contato com diferentes animais e conhecer o prazer de criá-los. E, a partir da experiência que tiveram nesta escola de valorizar a vida, surgirão muitos novos aquaristas.



 


[1] Nas escolas de ensino fundamental japonesas é muito comum cada sala ter um aquário que os próprios alunos cuidam durante o ano letivo. Normalmente são criados kinguios, lebistes e outras espécies de fácil manutenção. Outros animais como coelhos, galinhas e besouros também podem ser criados nas dependências das escolas pelos alunos, sempre com a supervisão de um professor responsável.
[2] O ano letivo japonês tem início em abril e se finaliza em março.

[3] Mineral da Medicina tradicional chinesa, tem origem ígnea, textura porfirítica, cor amarelada e é utilizada comumente em filtros de água.


Apoio de reportagem: Escola de Ensino Fundamental Nakayama da Cidade de Ichikawa
Texto e fotos: da Redação

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