quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Entrevista com Sr. Nelson Yamauchi criador de Kinguios em Mogi das cruzes

Nelson Yamauchi na feira Cecap de Guarulhos


No dia 8 de maio último, visitamos nosso amigo Nelson Yamauchi, o único criador de Kinguio de raça do Brasil, em Mogi das Cruzes.

A ideia desta matéria partiu do próprio Nelson, pois são muitas as dúvidas de muitos aquaristas que compram os seus peixes, mas que em pouco tempo. os peixes adoecem,... ou emagrecem,... ou até morrem... E qual a causa disso?... Qual o problema?... É importante portanto que algumas informações fiquem bem definidas para que assim o sucesso na criação do Kinguio de raça predomine.

Não confunda criar com reproduzir... Criar um peixe e oferecer-lhe condições para que ele cresça e se desenvolva bem no aquário e reproduzir já é oferecer ao peixe um habitat adequado para que possa induzi-lo a reprodução.

O Kinguio de raça é um peixe relativamente caro pois é produto de cruzamentos seletivos e mutações genéticas, o que toma um peixe mais "fraco” fisicamente.

Na reprodução do Kinguio de raça, Nelson nos disse que a raça já esta fixada nestas espécies e que os peixes que nascem defeituosos ou fora dos padrões da raça são simplesmente separados e com isso apenas de 5 a 10% dos peixes que nascem são comercializados. Como exemplo, um peixe com a cauda meia torta é separado. De vez em quando, umas duas vezes ao ano, Nelson adquire matrizes novas do Japão, para melhoria da raça.

Quanto ao processo de criação que mantém em sua Chácara, Nelson nos disse que faz a primeira seleção dos peixes que nascem após um mês de vida, onde os filhotes são separados por tamanho. A segunda seleção é feita com dois meses de vida, quando os peixes já começam a adquirir as características da raça. Os melhores são separados. E é feita uma terceira seleção com 4 meses de vida, quando só mesmo os peixes que possuem o padrão da ração são colocados em tanques de engorda, para serem comercializados aos 6 meses de vida (7 a 9 cm). A alimentação básica de seus Kinguios é: daphnia e uma ração preparada por ele mesmo (à base de 35 a 40% de proteína animal).

E Nelson nos deu algumas dicas para que possamos transmitir aos aquaristas que mantém Kinguios em aquário. Confira:
PH ideal: 7,0
Dureza: água mole
Temperatura: 20 à 25ºC
Oxigenação da água: taxa ligeiramente alta
Quantidade de peixes no aquário: aquário sem compressor: 60 cm de peixes (compr.)m2 (superfície água)
Aquário com compressor: 180 cm de peixes (compr.)/m2 (superfície água)
Ex.: Em um aquário com 1 m2 de superfície de água você pode colocar 10 peixes de 6 cm de comprimento, caso o aquário não possua compressor.
Troca de água: a cada 20 ou 30 dias conforme a situação da água

Filtragem adequada: filtros externos (com lá e carvão)
temperatura da água nova trocada: sempre 2ºC a mais do que a temperatura da água do aquário

Plantas para o aquário: Valisnéria e outras plantas de folhas largas

Manutenção no aquário de Kinguios:
a) • Troca parcial da água com sifonamento no solo do aquáno (1/4)
• Troca dos materiais filtrantes do filtro externo
•        Água nova descansada

b) Retirada total da água do aquário. Os peixes são transferidos para um balde contendo a água do aquário. Introduza sal grosso no balde (10 g/I)
Encha novamente o aquário com água nova descansada e retorne os peixes para o aquário. O cascalho não deve ser retirado.
Apenas quando voce estiver sifonando toda a água do aquário, movimente o cascalho para que os detritos sejam retirados pela mangueira.
Nota: Devemos realizar a manutenção "a" de 20 em 20 dias aproximadamente ou a manutenção "b”, caso a água do aquário se encontre excessivamente imprópria para os peixes (água opaca, leitosa). l.embre-se sempre que uma água de cor verde ou algas impregnadas nas rochas e nos vidros não significa imprópria para os peixes. Ao contrário, está muito boa.

Alimentação: O Kinguio é um peixe que come bastante, e por não possuir estomago, a comida vai direto para o intestino, onde é assimilado pelo organismo os seus nutrientes, portanto, o ideal é alimenta-los toda hora. Mas sabemos também que o excesso de alimento não consumido pelos peixes se deterioram e a água do aquário começa a ficar imprópria para eles. Portanto devemos alimentar muito bem os Kinguios, mas um pouco por vez e vánas vezes ao dia. A regra é que um Kinguio come a metade do tamanho de sua cabeça de ração por dia.
O ideal seria que existissem no mercado rações preparadas a base de 35 a 40% de proteínas animal (farinha de peixe), que proporcionasse de 2600 a 3000 calorias para o peixe.
Se você notar que o seu Kinguio está emagrecendo, forneça-lhe tubifex pelo menos 1 vez por semana.


Iluminação: lampada Gro-lux ligada de 10 a l2 horas por dia.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Sr. Tadamasa Ishikawa, do primeiro Clube dos Criadores Amadores de Ranchu do Japão fala da raça




BRINCANDO DE RANCHU

A variedade ranchu é conhecida como “rei dos kinguios” e muitas pessoas são atraídas pela sua criação de estilo tradicional. Procuramos o senhor Tadamasa Ishikawa, atual responsável do primeiro Clube dos Criadores Amadores de Ranchu do Japão, o “Kangyokai”, para nos ensinar como apreciar melhor essa variedade.

Definir o seu estilo de criação

Quando surge o interesse pela criação da variedade ranchu, perguntas como “como cuidar de um ranchu?” e “como proceder para ter uma criação?” acabam, logo de cara, inibindo algumas pessoas. Para esclarecer essas dúvidas, Tadasama Ishikawa diz existirem três pontos básicos que devem ser analisados:
- Como pretendo apreciar
- Quanto espaço eu disponho
- O clima da região onde estou localizado
Só assim é possível dar o primeiro passo para o começo de uma criação.
A primeira pergunta, “como pretendo apreciar”, refere-se à satisfação que a pessoa busca criando um ranchu. É possível apreciar o nado de um único exímio exemplar pelo vidro de um aquário como também se podem apreciar a composição de muitos deles pela superfície de um lago. Além disso, pode-se adquirir um exemplar já adulto para criação como também alguns filhotes para ir criando com o tempo. Existe ainda a possibilidade de preparar um lago, fazer o acasalamento, retirar os alevinos e prepará-los para uma futura exposição. Dentre as inúmeras possibilidades de apreciação dos ranchu, é preciso escolher a que mais combina com a pessoa.

Ishikawa explica ainda que na opção de preparar um filhote para uma exposição, diferentemente de outros peixes, é possível não só apreciar como também “construir” seu próprio exemplar. Muitos criadores ficam fascinados por esta possibilidade e se diz até que os ranchu existem até hoje graças ao trabalho desses criadores e à produção de vários cruzamentos.  Dessa forma é possível imaginar o porquê de os criadores de ranchu ficarem tão aficionados no processo de criação dessa variedade.

Quanto à segunda pergunta “quanto espaço eu disponho” é preciso analisar o lugar onde os ranchu vão ser criados, suas dimensões e materiais utilizados. Isso varia principalmente de acordo com o local em que o futuro criador está localizado. “É necessário definir quanto espaço a pessoa disponibilizará para a criação de ranchu”, diz Ishikawa. A priori, é difícil fazer procriação em espaços muito limitados. Não adianta querer fazer cruzamentos para obter filhotes diferenciados se, ao mesmo tempo em que existem pessoas que podem ter um lago, há pessoas que só podem disponibilizar um pequeno aquário. É possível limitar a forma de criação a partir deste critério.

Mas é muito cedo ainda para que a pessoa desista de seu desejo de criação. Existem relatos de pessoas que criam seus ranchu usando os espaços de varanda e/ou cobertura dos prédios onde moram, constroem lagos artificiais utilizando plástico ou FRP[*] ao invés de concreto. Com um pouco de criatividade é possível derrubar os obstáculos para começar uma criação. É claro que, quanto maior o espaço disponível, espera-se melhor desenvolvimento dos peixes devido às baixas variações nas condições da água. Assim, é desejável um espaçamento de acordo com o tamanho da criação.

E o terceiro ponto “O clima da região onde estou localizado” se trata de analisar as condições climáticas da região onde a pessoa está localizada e pretende começar a sua criação de ranchu. No Japão, as condições climáticas variam muito desde o extremo norte até o extremo sul e, se tratando de criar os peixes em ambiente externo, é necessário tomar algumas providências. Com certeza, quanto mais ao norte, mais difícil fica manter uma criação em ambiente externo[*]Mas mesmo assim, existem pessoas que utilizam estufas e outros meios para criar e procriar os ranchu.

Existem regras e truques diferentes para a criação de ranchu em cada tipo de região. E graças a essa imensa variação, a criação de ranchu fica ainda mais interessante: é preciso pesquisar a fundo, obter muitos tipos de informações para que sua criação dê os melhores resultados. “É melhor obter informações com os criadores da sua região do que tentar fazer tudo sozinho. É preciso aprender com a terra!” afirma Ishikawa.

Analisando esses três pontos básicos por diversos ângulos é possível identificar com clareza o tipo de criação de ranchu que mais se adequará a você.

A água ideal para o Ranchu

O próximo passo, independentemente do tipo de criação ou da região onde se criará os ranchu, é verificar a água. Ishikawa explica que a preparação da água é um passo fundamental para qualquer tipo de criação de ranchu e que a maioria dos problemas que as pessoas relatam em relação à saúde de sua criação é tem como causa a água utilizada.
A água ideal para a criação de ranchu é a aomizu (“água azul/verde”) que é uma água rica em fitoplâncton. Como razão para o fato, explica Ishikawa, pode-se considerar a origem do ranchu. Mesmo o ranchu sendo um peixe criado artificialmente pelo homem, é preciso aproximá-lo das condições da natureza. Para entender isso, basta lembrar o ambiente natural do funa[*]: esse gênero não gosta das águas transparentes e cristalinas mais próximas da superfície, mas aprecia muito as águas turvas de média e baixa profundidade.  Conseqüentemente, o ranchu sendo um tipo de kinguio, a aomizu é indicada para a sua criação.

Quanto à aomizu, além da localização regional da criação, é preciso prestar atenção tanto às variações de luz solar incidente e temperatura como também à ventilação. Quando a criação fica em local sem muita circulação de ar, a água fica estagnada, aumentando demasiadamente o acúmulo de matéria orgânica que é maléfica aos peixes. São necessárias algumas manutenções durante cada estação do ano. No verão, por exemplo, torna-se muito escura rapidamente, demandando mais atenção nesse item. Quando fica escura demais é preciso fazer uma regulagem para que fique da cor ideal. Para a criação de ranchu, indica-se o tom do “chá verde no ponto de beber”, diz Ishikawa.
Como escolher o ranchu

Ishikawa define o ranchu como uma “brincadeira de adulto”. Entre os motivos da sua popularidade, destaca que o ranchu “é um peixe que combina perfeitamente com o Japão e com os japoneses. Não é necessário ter um lago como no caso dos nishikigoi (carpas ornamentais) e pode ser apreciado facilmente em espaços de tamanho limitado. Além disso, as cores vermelho e branco, características do ranchu, são do gosto dos japoneses há muitos anos”.

O gosto pela criação de ranchu se espalhou por todo o continente, mas é possível notar as peculiaridades de cada região através dos campeonatos e das exposições que são realizados. Se compararmos a criação de ranchu ao sumo (luta marcial), há aqueles que são fortes e grandalhões, bons nocauteadores, como AkebonoKonishiki, mas também existem os mais elegantes e de movimentos ágeis. Também se pode comparar às diferenças entre as silhuetas femininas e masculinas. Além disso, em um campeonato, é preciso analisar os diversos tamanhos e disposições de cores e manchas, mas o mais importante para poder escolher um ótimo exemplar é conseguir ter uma visão geral das qualidades e defeitos. É claro que cada examinador tem suas preferências, mas cabe a ele conseguir apontar não só os pontos eliminatórios, mas também destacar as principais qualidades dos candidatos de forma justa e honesta. Ishikawa enfatiza que os examinadores não devem se esquecer destas regras básicas no momento da escolha.

O ranchu tem três principais partes: cabeça, tronco e cauda, mas Ishikawa diz que a cauda merece maior ênfase que as outras duas partes. “A cauda define o nado do peixe. Se fosse um navio, a cauda teria a mesma importância que o motor ou a hélice têm, influenciando diretamente no seu nado. Se fosse um pássaro, teria a mesma importância dos ombros que sustentam as asas. De nada serve uma bela cauda se não cumpre a sua função de aperfeiçoar o nado”, diz Ishikawa.

Para poder saber que nado é esse é preciso participar das exposições e campeonatos e observar o tanto de peixes que puder. “Os ranchu não são objetos, são seres vivos. Uma boa aparência soma muitos pontos, mas é importante também saber apreciar a qualidade de seu nado. Analisar fotos não é o suficiente. Mais que isso, é importante observá-los vivos, em movimento”, ensina Ishikawa. O ranchu mostra o seu verdadeiro valor quando está nadando. Formas desenhadas artisticamente, cores vibrantes formando as mais belas manchas e nado perfeito... o ranchu é realmente um peixe fascinante.

 


[*] Souke – Termo que designa a família originária de uma tradição e/ou variação. Família primária e/ou de criação.
[*] FRP (Fibre-reinforced polymer) – Tipo de material composto por um polímero (vinil, epóxi, plástico poliéster, etc.) e reforçado por fibras (de vidro, carbono, fibras sintéticas, etc.).
[*] No Japão, a região norte é caracterizada por verões muito quentes e úmidos, com períodos longos de sol sem chuvas, e invernos rigorosos com muita neve (clima de monções).

[*] Funa – Peixe do gênero Carassius, da família Cyprinidae (a mesma da carpa). Muito comum no Japão e na Eurásia, vive em água doce. Geralmente tem coloração prateada nos tons de preto e/ou marrom e ventre branco. Mede de 10 a 30 cm, mas pode atingir 40 cm em alguns casos. O kinguio é origem de uma mutação natural que ocorreu do funa, que teve sua coloração alterada para tons de vermelho (denominando-se bifuna) e, após mais mutações, kinguio.



Texto: da Redação
Fotos: Tadamasa Ishikawa (souke[*] de ranchu)

Apoio de reportagem: Tadamasa Ishikawa (souke de ranchu)

Escola de Ensino Fundamental Nakayama da Cidade de Ichikawa ensina aquarismo com Kinguios




UM AQUÁRIO DENTRO DA ESCOLA!

Kinguios espetaculares nadam no aquário da escola
Muitas pessoas devem se lembrar de ter cuidado de kinguios no aquário da escola[1].Foram eles que nos ensinaram a felicidade que é ter um animal de estimação e a valorizarmos a vida, mesmo que pequenas. Foi a partir de lembranças como essas que fomos conhecer uma escola que tem seu próprio aquário público.


Esta é realmente uma sala de aula?

Na Escola Particular de Ensino Fundamental Nakayama, localizada na cidade de Ichikawa, na província de Chiba, uma sala vazia foi reaproveitada como aquário publico. Ao colocar os pés na sala, por alguns momentos esquecemos que estamos em uma escola, tamanha surpresa dos mais de 50 aquários colocados lado a lado no local. A maioria são kinguios de diversas variedades: ranchuhamanishiki,orandashishigashiraping-pong pearl, entre outras espécies ficam expostas nos aquários da sala.

Quem cuida de todos eles são o responsável geral do aquário, professor Kokubo juntamente com os alunos do grupo de encarregados do aquário. São aproximadamente 20 alunos do 6o ano que são responsáveis cada um por determinados aquários. Esses aquários recebem etiquetas com o nome do aluno responsável. Como cada um tem a tarefa de observar e cuidar dos aquários sob sua responsabilidade, as crianças adquirem noções de responsabilidade no cuidado de animais e aprendem a apreciar seu desenvolvimento.

O aquário funciona no horário normal das aulas e qualquer aluno, mesmo que não faça parte do grupo de encarregados, pode visitar os peixes quando quiser. Por se localizar no caminho para a quadra de esportes, muitas crianças param e dão uma espiada nos intervalos e nas trocas de salas. Um dos espécimes mais queridos pelas crianças e o gracioso ping-pong pearl. Professor Kokubo diz que “muitas crianças gostam dos kinguios, tanto pelas cores vibrantes como pelo fato de serem bonitinhos”.

Atualmente o aquário é composto por kinguios em sua maioria, mas, no inicio do projeto, a sala era chamada de Sala de observação de animais. Nela ficavam principalmente peixes de água doce e alguns tipos de besouros, mas as crianças não demonstravam muito interesse em visitá-la. Foi então que surgiu a idéia de colocar os kinguios, alguns com fisionomia bonitinha, outros com formatos inusitados e muitos bem coloridos. Aos poucos os alunos foram se interessando pelo aquário e, conseqüentemente, pela criação de animais.

Da criação à reprodução

A maioria das crianças que se voluntariam para fazer parte do grupo de encarregados nunca cuidou de um kinguio. Logo, sempre no mês de abril[2], o professor Kokubo ensina todos os passos da criação de kinguios para os alunos. Ele explica detalhadamente as tarefas de rotina como limpeza da água e manutenção dos filtros e, em pouco mais de um semestre, os alunos conseguem cuidar dos aquários tranquilamente. Como o professor Kokubo sempre faz uma vistoria geral no final de cada atividade, as crianças se sentem mais confiantes e podem aproveitar melhor processo de criação dos peixes.
Existem muitos pontos que devem ser considerados quando se trata de criação de peixes ornamentais e, com certeza, o cuidado com as doenças pode ser destacado como um dos mais importantes. Quando perguntamos sobre como o assunto é tratado neste aquário, professor Kokubo diz que “realmente, o problema das doenças existe e nos atormenta bastante. Já houve casos que, quando percebemos era tarde demais e perdemos muitos peixes de uma só vez. Mas tentamos usar essas experiências como aprendizado para evitar futuros problemas e sempre pensamos em formas criativas para aprimorar os cuidados.

Colocar elementos purificantes como turmalina, bakuhanseki[3] e carvão na água e filtrá-la com a ajuda de uma bomba de ar é um dos cuidados que temos com a qualidade da água antes de utilizá-la nos aquários. Alem disso, sempre ficam estocados dois tipos de águas: uma aquecida e outra em temperatura ambiente. Assim, os alunos podem vir nos seus melhores horários para a manutenção dos aquários e controlar a temperatura da água para evitar o desconforto e outras conseqüências do choque térmico gerado no momento da troca de água”.

Neste aquário é feita além da criação de ranchu, a reprodução da espécie. Os alevinos gerados são distribuídos gratuitamente aos interessados. Os ranchu, por serem mais frágeis e terem desenvolvimento mais lento quando comparado com os wakin, possuem alevinos igualmente frágeis e suscetíveis a doenças, o que dificulta a sua manutenção. Por isso, os alevinos são entregues aos cuidados dos alunos só depois que atingem um bom tamanho. O mesmo acontece com a maioria dos outros peixes que são entregues aos alunos somente quando atingirem certo tamanho.

Ajudar na criação e desenvolvimento dos peixes que nasceram na própria escola desperta o sentimento de carinho nos alunos e muitos deles parecem estar se interessando pela ciência aquática.

Para mais e mais crianças

Neste aquário que fica dentro de uma escola existem desde aquários pequenos até alguns bem grandes, de quase 90 cm, além de aproximadamente 10 bandejas para os ranchu. Conseguir montar um aquário com estrutura de tamanha qualidade não é fácil.
Os aquários maiores e as bandejas dos ranchu foram doados pelo próprio professor Kokubo. Quanto maior o recipiente, mais peixes pode-se colocar nele. E esses aquários enormes, de formatos inusitados atraíram o interesse das crianças. As bandejas são interessantes, pois é possível ter a visão de cima dos peixes, facilitando a observação do tamanho e comprimento deles.
“Eu trouxe alguns aquários e recipientes, mas muitos foram doados por aquaristas de todo o país que, ao saberem da existência desse aquário diferente, quiseram contribuir de alguma forma”, diz o professor. Além de aquários, donos de lojas de animais e clubes de criadores colaboram doando espécies diferentes para o aquário. O que se pode ver hoje é fruto da colaboração de muitas pessoas.

Em breve o professor Kokubo completará seis anos desde que começou a trabalhar na escola Nakayama. “Mesmo que eu me mude daqui, no futuro, gostaria de continuar passando para as crianças a mensagem de que criar um animalzinho pode ser uma experiência fantástica”, comenta. Com certeza, muitas crianças terão o a chance de entrar em contato com diferentes animais e conhecer o prazer de criá-los. E, a partir da experiência que tiveram nesta escola de valorizar a vida, surgirão muitos novos aquaristas.



 


[1] Nas escolas de ensino fundamental japonesas é muito comum cada sala ter um aquário que os próprios alunos cuidam durante o ano letivo. Normalmente são criados kinguios, lebistes e outras espécies de fácil manutenção. Outros animais como coelhos, galinhas e besouros também podem ser criados nas dependências das escolas pelos alunos, sempre com a supervisão de um professor responsável.
[2] O ano letivo japonês tem início em abril e se finaliza em março.

[3] Mineral da Medicina tradicional chinesa, tem origem ígnea, textura porfirítica, cor amarelada e é utilizada comumente em filtros de água.


Apoio de reportagem: Escola de Ensino Fundamental Nakayama da Cidade de Ichikawa
Texto e fotos: da Redação

Peixes sentem dor? Pesquisador Norueguês sugere que eles sentem


Na escola Norueguesa de Ciências Veterinárias o doutorando Janicke Nordgreen estudou nocicepção e dor nos peixes teleósteos. Sua conclusão é que é muito provável que o peixe pode sentir dor.

Na sua dissertação, Nordgreen estudada a resposta a estímulos potencialmente dolorosos em grupos de células para o indivíduo. Como a consciência é essencial para sentir dor, Nordgreen testou também se os peixes poderiam ser ensinados a resolver tarefa como em seres humanos requerendo atenção consciente.

A pesquisa sobre dor e nocicepção (detecção fisiológica de estímulos que podem causar danos nos tecidos) em peixes é importante principalmente porque a dor é uma séria ameaça para o bem-estar animal. Além disso, a pesquisa pode aumentar a nossa compreensão da evolução da consciência e do sistema nociceptivo.

Em seu projeto, Nordgreen usou um salmão do Atlântico (Salmo salar), O Kinguio (Carassius auratus) e uma truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss). Sua pesquisa mostrou atividade na estimulação galvânica nociva do Salmão do Atlântico, e que a resposta foi graduada com intensidade do estímulo. 

Em outra experiência, o Kinguio mostrou respostas escapando quando a temperatura excedeu 38 graus C, o que está dentro da gama de temperaturas que é mortal para "peixes dourados". Isto sugere que a capacidade de responder ao calor no ponto prejudicial é uma característica conservada entre os vertebrados.

O terceiro experimento mapeado o metabolismo da morfina no salmão do Atlântico e no Kinguio. Verificou-se que eles metabolizam e secretam a  morfina mais lentamente que os humanos, e que a morfina em pequena quantia atinge logo o cérebro do peixe. Mostrou-se que a meia-vida de eliminação da morfina foi de aproximadamente uma ordem de magnitude mais elevada do que em seres humanos para ambas as espécies.

Nenhum experimento pode inequivocamente responder à questão de saber se os peixes podem sentir dor, mas os resultados atuais, visto no contexto da literatura existente, indica fortemente que os peixes não são apenas capazes de nocicepção, mas também da percepção consciente da dor.


Janicke Nordgreen defendeu sua tese de PhD , intitulada "Nocicepção e dor nos peixes teleósteos," na Escola Norueguesa de Ciências Veterinárias em 28 de Outubro, 2009.



Traduzido do site https://www.sciencedaily.com/releases/2010/01/100112090126.htm

Nova Esposição Edo Goldfish Wonderland abre no verão em Tóquio


Com lanternas, cocktails e mil Kinguios exóticos, este é o melhor lugar para sair em Toquio neste verão.


O Sumida Aquarium de Tokyo Street irá apresentar a maior exibição de Kinguios no país neste verão, com um espetacular evento chamado "Edo Goldfish Wonderland", projetado para recriar toda a beleza e atmosfera de um festival de verão de uma época passada. Com mais de 23 espécies diferentes de Kinguios, que foram popularizados no Japão durante o período Edo (1603-1868), os visitantes também poderão desfrutar de balões de papel, lanternas, coquetéis e sorvetes criados com o famoso "peixe japonês" celebrado nesse festival bem como um número de apresentações para manter os visitantes entretidos enquanto passear por toda área.

No centro do evento acontece a exposição "Edo-rium", que está envolta em luz baixa e apresenta uma grande variedade de kinguios em 31 tanques de diferentes formas e desenhos. Algumas das espécies incluem: o Choutengan (Knguio Celestial), que têm olhos que se projetam para fora e virados para cima; o Suihogan (Kinguio bolha), que apresentam grandes e translúcido sacos bolha semelhante em ambos os lados do seu rosto; e o Ranchu , que os japoneses se referem como o "Rei dos Kinguios".



O espaço para eventos será preenchido com estilo "wa" (estilo japonês) de iluminação, fornecido por 150 lanternas de papel em forma de Kinguios, que têm sido cuidadosamente cridos manualmente por artesãos japoneses.



O Edo-rium também contará com notas e placas de sinalização, que fornecem uma base sobre a história do Kinguio no Japão, incluindo suas origens e os segredos por trás das diferentes raças.




A atmosfera mágica do espaço é aumentada pela adição de 500 sinos de vento estilo Edo, com o seu, claro som trazendo uma sensação de verão para a cena.


Para os visitantes que procuram algumas atividades práticas, haverá um canto especial onde as crianças podem desenhar seus próprios t-shirt originais, usando selos com estampas de peixe por 500 ienes (US $ 4,53)



Outra oficina permite aos visitantes criar um balão de papel em forma de Kinguio ligado a uma pequena alça. Embora este peixe pequeno bonito não se acendem como as lanternas de papel acima mencionados, que faz para um acessório bonito para levar com você como você andar através do espaço de exposição.



Para aqueles que procuram um pouco de refresco, no local o Cafe Penguin estará oferecendo um coquetel "Goldfish", em versão alcoólica (¥ 550) e não alcoólicas (500 iene), ambos com uma tonalidade vermelha brilhante, tudo para combinar com os kinguios.


A Penguin Cafe, também estará servindo uma bebiba especial chamada Goldfish Soda, que vem em uma bacia adorável por 750 ienes. Contendo frutas vermelhas e uma refrescante geléia doce. A bebida é projetado para ser totalmente comível, e uma vez que terminar, a taça pode ser levada para casa.

E para uma sobremesa, o café também terá a venda um "Sorvete Kinguio Soft", que, felizmente, não contém qualquer peixe. Em vez disso, ele é feito de uvas vermelhas que criam um tom que combina com a decoração da exposição


O Edo Goldfish Wonderland estará aberto de 1 de Julho a 30 de Setembro com ingressos custando 2,050 ienes para adultos; 1.500 ienes para estudantes do ensino médio; 1.000 ienes para estudantes do ensino elementar e escola secundária; e 600 ienes para crianças acima de três anos de idade.


Matéria traduzida do site: http://en.rocketnews24.com/


Frustrações, dúvidas e MUITA alegria com o aquarismo




Galera, vou escrever para vocês um pouco sobre minha visão e crescimento como aquarista. 
Vejo que muitos de vocês como eu, um dia tiveram tantas dúvidas e foram motivados por esse tão nobre afeto pela natureza e paixão de ver um “mundo encantado” vivendo tão protegido dentro de um vidro. 
Todos nós tivermos dificuldades quando iniciamos no aquarismo e gosto do termo “aquarista Junior” para definir todos que acabam de comprar seu primeiro aquário, não agride nem julga ninguém.
Esses dias li uma frase de um lojista que criou um slogan para sua loja que dizia assim “Ensine sua criança a gostar disso (aquários) e ele nunca terá dinheiro para drogas”. Achei uma das frases mais lindas que já li, pois quantas vezes me envolvi nesse “mini universo” dos aquários e criação de peixes, me afastando de tantos problemas e por consequência, me trazendo tanta alegria.
Estamos em um mundo que cada vez mais dita valores materiais, nos afastando da essência da vida que creio eu, ser o nosso grande motivador, a harmonia com a criação, seja ela da forma que for. Cada vez mais procuramos razões que nos tragam alegria, muitas vezes nos perdendo em buscas insensatas da felicidade, sejam em drogas, vícios emocionais, marcas ou culto ao ego.
Mas quando falamos de trazer a natureza pra bem pertinho da gente, é algo tão simples, basta dar o primeiro passo. Frustrações fazem parte, até para os mais experientes! Não nascemos com uma “bula” nem de nós mesmos, somente aprendemos através da atenção, persistência e amor. 
Nem todos nós temos dinheiro para comprar aquele tão Almejado aquário de 800 litros, com sump, iluminação em led e alimentador automático. Mas isso não significa que você não possa criar seu peixinho em um aquário menor. Aquarismo não é um hobbie somente para RICOS! Nem podemos julgar, nem menosprezar os que têm duvidas e problemas como um dia “eu” e “você “ aquaristas experts, tivemos .
Gosto de pensar que através do nosso desenvolvimento em sociedades, construímos as grandes cidades para nos proteger, a eletricidade para nos dar conforto e calor, e roupas para nos cuidar no frio, mas nos afastamos tanto desse jardim que um dia Deus nos deu para cuidar. Isso também me faz entender o quanto preciso ter amor e viver em harmonia com a natureza, trazendo para perto de mim algo que um dia o homem se distanciou.
O aquarismo é um hobbie milenar. Historiadores dizem que os primeiros recipientes de vidro são de origem Suméria que se evoluiu da aquacultura de prováveis 4.000 a. C. As pinturas antigas de túmulos dos egípcios, já mostravam a criação ornamental de carpas que eram consideradas sagradas. Já os primeiros tanques de água salgada foram de criação dos vaidosos Romanos.
Mas os Chineses que conseguiram reproduzir peixes em ambientes artificiais de onde provavelmente surgiram nossos primeiros criadores de Kinguios, com o cruzamento entre espécies de carpas selvagens.
Certamente deles que houve o mesmo fascínio que eu e você demostramos com aquele desejo de ter aquele “gordinho”, o peixinho vermelho, nadando tão alegremente, quase dançando no seu aquário.
Sabemos que Kinguios são peixes ornamentais, portanto não possuem o mesmo sistema de defesa imunológica que um peixe de rio. Então, não adianta querermos “tornar silvestre” um peixe que através de tantos cruzamentos já está tão próximo do nosso convívio e dependente de nossos cuidados.
Mas a regra do “Bom Senso” penso eu, ser válida, e não precisamos judiar de um peixinho sem querer aprender sobre suas necessidades, tanto como querer confinar um Aruanã de rio adulto em um aquário de 2 metros (modismo atual).
O leão vive tão bem na selva tanto quanto um Aruanã precisa de espaço no rio, pois afinal, não é um peixe ornamental.
Desejo do meu coração que todos continuem desenvolvendo o amor pelo aquarismo, aprendendo com os erros, pois de fato serão muitos, aquarismo não se aprende do dia para a noite, mas nunca desistindo desse hobbie que deve ser contemplado principalmente com amor e carinho.


Você descobrirá então um grande segredo da vida, tão pertinho de você!

Um grande abraço, 
Marcelo

terça-feira, 11 de outubro de 2016

A química da Água





A química da Água

Manter o  pH adequado e constante em seu aquário é mais importante do que atingir uma medida exata. A escala do pH vai de 0 a 14, sendo 0 o mais ácido, 7 neutro e 14 o mais alcalino. Muitos peixes de água doce podem sobreviver em algo que gire em torno de 5 a 9, enquanto os de água salgada precisam de um habitat de 8 a 8,5. Se o seu aquário começar a ficar ácido demais, você deverá tomar providências para restaurar a alcalinidade. Quando falamos em tamponamento, se trata justamente de “manter” constante ou pelo máximo de tempo o pH constante no aquário.

Como funciona Quimicamente o Tamponamento

Tecnicamente, o efeito tampão é um sistema de misturas de ácidos fracos e suas bases conjugadas, que dão propriedade de resistir às variações do seu pH quando às mesmas são adicionados ácido (H+) ou base (OH-).
A melhor definição para uma solução tampão seria aquela que é capaz de atenuar a variação do valor do seu pH, resistindo à adição, dentro de limites, de reagentes ácidos ou alcalinos.

Falando de maneira simples então, o Tamponamento serve para manter constante o pH do seu aquário, evitando que ele tenha grandes variações, acarretando em mudanças bruscas que prejudicarão o equilíbrio do seu aquário e de sua fauna.

Na natureza, durante um único dia o pH pode ter leves variações nos rios e mar. Isso acontece pois com as chuvas mais ácidas ou com a sedimentação das rochas e solo das margens dos rios ou corais e recifes (no mar), a água tende à elevar a sua reserva calcária, se tornando mais alcalina ou mais ácida, também através de reações gasosas que surgem com os processos de nitrificação e todo os ciclos gasosos na água. Porém as reservas alcalinas sempre estarão lá, mantendo um tamponamento para a constância do pH em cada região, sendo assim, peixes que vivem em determinada parte do rio ou do mar serão acostumados com um tipo específico de pH. Como por exemplo os peixes que vivem em Manguezais que estão acostumados com a água salino-alcalina, mas também encontramos Manguezais com água levemente ácida pelo excesso de material orgânico em decomposição.

A água ácida possui um número maior de íons de hidrogênio (H+) que de hidróxido (OH-), ao contrário, a água alcalina tem mais íons de hidróxido do que de hidrogênio, sendo que possui mais átomos de oxigênio. A água alcalina é conhecida como a água rica em oxigênio, elemento fundamental para todas as reações celulares.

O uso de muitas plantas naturais tende a acidificar a água, pois no processo de fotossíntese, o gás carbônico na água irá criar mais íons de hidrogênio tornando a água mais ácida.
O oposto também é verdadeiro, quando o processo de fotossíntese é inverso e as plantas oxigenam a água, contribuem para a alcalinização.

Outros componentes podem se transformar em gases dentro do aquário, uns mais tóxicos e outros menos, formando bolsões embaixo do cascalho que podem ser letais aos peixes.
Por isso a importância de aumentar o fluxo e a movimentação da água do aquário ligando as bombas ou substituindo-as por outras mais potentes. Dispositivos de arejamento também auxiliam a agitar a água bem como sifonagens.

A Reserva Alcalina nos aquários marinhos

O cálcio e a reserva alcalina são de extrema importância num aquário de água salgada, pois deles depende a taxa de crescimento dos corais e a estabilidade do pH do aquário. A reserva alcalina é formada por um conjunto de íons, sendo que a grande maioria é composta de carbonatos, bicarbonatos e ácido carbônico.
Existem também, em menor quantidade, compostos utilizando o boro ou o fósforo no sistema tamponador, e é a quantidade de todos esses íons que a reserva alcalina representa. Ela funciona da seguinte forma: A acidez da água é representada pelo número de íons hidrogênio (H+) livres na solução. Quanto mais íons, mais ácida a água.

O sistema de tamponamento funciona capturando ou liberando esses íons. Podemos manter a solução estável em qualquer pH que desejarmos, pois o pH de equilíbrio é dado pelas proporções entre carbonatos, bicarbonatos e ácido carbônico. Além dessa importante função (manter o pH estável), a reserva alcalina tem ainda uma outra função nos Reefs, juntamente com o cálcio (Ca).

Hoje o aquarista dispõe de produtos específicos para manter o tamponamento do pH e eles podem ser encontrados para tamponar o pH das faixas que vão do Ácido ao Alcalino, conforme necessidades específicas de cada espécie de peixe. Tamponadores químicos oferecem grande vantagem em durabilidade e precisão no pH.

Mas você também pode criar em sua casa um bom tamponamento ou efeito tampão, e a dica que deixamos é se quiser manter constante o pH Alcalino, use um pouco de aragonita ou dolomita dentro do seu filtro SUMP ou então na mistura do substrato ( em caso de água doce). 
Para o tamponamento em acidez o melhor é usar trufas dentro do filtro ou troncos dentro do aquário.

Lembrando que quanto mais alcalino o pH, mas oxigênio diluído teremos e a maioria dos vírus e bactérias precisam de um meio ácido para sobreviver. Assim como o fogo precisa de oxigênio para existir, os vírus e bactérias necessitam de um meio ácido para se manterem vivos. Sendo assim, manter o pH mais alcalino evita grande parte das doenças, porém água muito alcalina também pode deteriorar ou corroer as nadadeiras dos peixes, se tornando uma abertura para a infestação de fungos ou bactérias. Precisamos entender esse equilíbrio para que tudo funcione adequadamente no aquário.

Boa sorte e até a próxima.


Matéria transcirita do Blog Aquanimal
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